PM não usará bala de borracha em protesto em São Paulo
Apesar da garantia do não uso de balas de borracha, os policiais poderão utilizar gás lacrimogêneo, spray de pimenta e bombas de efeito moral. Haverá, por sua vez, maior diálogo entre a liderança dos movimentos e o comando da PM. O secretário garantiu que estará em contato com o comandante-geral sobre as decisões tomadas em rua.
Além de três representantes do MPL, participaram da reunião, que durou uma hora e meia, três representantes do Ministério Público, além de integrantes de movimentos religiosos. Segundo Grella, ficou acertado que o trajeto a ser feito hoje pelos manifestantes será definido pouco antes do início da concentração, que ocorrerá no Largo da Batata, zona oeste da capital, às 17h. “Ficou acertado que a divulgação do trajeto será apenas no local da saída do movimento”, disse.
Segundo o promotor de Justiça, Urbanismo e Arquitetura, Maurício Ribeiro Lopes, o cumprimento do acordo entre a liderança dos movimentos e o comandante da Polícia Militar vai ser acompanhado pelo promotor de Justiça Mário Malaquias. Com relação à ocupação da Avenida Paulista, questão que teria intensificado o conflito entre PMs e manifestantes durante o último protesto, ficou combinado que ela poderá ser ocupada, embora o MP não concorde. “O Ministério Público ponderou a preservação da Avenida Paulista, por se tratar de uma artéria que liga a 30 hospitais da cidade. A liderança também ficou de ponderar sobre isso”, declarou.
Mayara Vivian, que faz parte da liderança do MPL, disse que a manifestação de hoje será pacífica. “A Secretaria de Segurança Pública se comprometeu de que não haverá repressão, de que a PM não vai repetir o cenário de guerra que a gente teve. Garantiu que não haverá prisões preventivas, como a gente teve nos outros atos”, disse.
Nas últimas quatro manifestação contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo houve confronto entre policiais e manifestantes. O último protesto, na quinta-feira (13), o mais intenso, terminou com 15 jornalistas feridos, segundo o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Para a manifestação de hoje, a Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos de São Paulo (Arfoc-SP) está organizando o uso de coletes identificados por imprensa, para evitar que esses profissionais sejam novamente atingidos.