Polêmica faz TSE tirar do ar campanha oficial
Era para conscientizar os eleitores, mas a campanha lançada na TV pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também gerou confusão entre políticos.
De um lado, há quem diga que os comerciais reprovam os candidatos à reeleição. De outro, o uso da fachada da prefeitura de Porto Alegre foi apontado como uma referência negativa à atual gestão. Por precaução, o TSE vai retirar do ar na segunda-feira os quatro filmes da segunda etapa da campanha, que segue até outubro.
Conforme o TSE, a intenção era alertar os espectadores para a importância da escolha de seus candidatos – uma vez que, eleitos, exercerão seus cargos por quatro anos. Um dos filmes desagradou à chapa que apóia o prefeito da Capital, José Fogaça (PMDB), na disputa à reeleição. O comercial em que uma mulher perde o ônibus por andar em círculos exibe a fachada da prefeitura.
– Não é contra a campanha. Mas, pelo uso da imagem da escadaria da prefeitura, (o filme) faria uma relação com a gestão atual e com Porto Alegre. É um prédio que qualquer porto-alegrense reconheceria – diz o assessor jurídico da chapa, Milton Casa.
Uma petição foi encaminhada ontem ao TSE para que o filme fosse retirado do ar. O tribunal informou que os comerciais vão sair do ar antecipadamente na segunda-feira. A assessoria do TSE admitiu equívoco na liberação do comercial, pois a fachada não tinha sido reconhecida pelos avaliadores.
– Não era para localizar cidade nenhuma – explicou o diretor do comercial, Marcello Lima, da produtora porto-alegrense Zeppelin Filmes, contratada pela agência W/Brasil para produzir os comerciais, exibidos no país.
O texto da campanha também foi posto em dúvida. Para o deputado federal Germano Bonow (DEM), a frase “Quatro anos é muito tempo, principalmente quando as coisas não vão bem” é um ataque aos prefeitos que tentam a reeleição.
– Isso induz as pessoas a pensarem na gestão atual. É uma crítica aberta a quem tenta ser reeleito – diz Bonow.
Um dos comerciais teve um efeito curioso: haveria crianças lambuzando os ouvidos com mel, tentando imitar uma das cenas da propaganda em que o personagem tem uma abelha no ouvido. O filme passou a ser exibido apenas à noite.