Reciclagem de plásticos – Jayme José de Oliveira

Jayme José de Oliveira

Plástico descartado, que não é acumulado em lixões, segue em direção aos oceanos tomando “carona” nos rios e acabam se acumulando no que se denomina de “giros”.Existem cinco, dois no Atlântico, dois no Pacífico e um no Índico. O maior e mais poluído é o Giro do Pacífico Norte, alimentado pelos dejetos do Sudeste Asiático e dos Estados Unidos. Forma uma ilha de objetos plásticos do tamanho do estado do Amazonas.

A The OceanCleanup está tentando um método simples, mas muito eficaz, desde 2021. Arrastar uma rede de 4 metros de profundidade e 2,5 quilômetros de extensão para recolher o plástico. Segundo a ONG, dez redes em trabalho contínuo bastariam para limpar cada um dos cinco lixões oceânicos.

Segundo a revista Science, a bactéria ”idionellasakaiensis” pode quebrar as moléculas e digerir plásticos do tipo poli (PET), material usado em garrafas de refrigerante e água. Uma descoberta feita pelo grupo KpheiOda, do Instituto de Tecnologia de Kioto, no Japão, utiliza duas enzimas, a petase e a metase para degradar e processar o PET em seis semanas.

Há vários experimentos que testam bactérias e enzimas para a degradação do plástico e o futuro se apresenta promissor.

Há várias tentativas de transformar plástico descartável em combustível desenvolvida pela startup alemã WASTX Plastic, uma tecnologia utilizada pela empresa alemã Biofabrik White Refinary. Sediada em Dresden, dedicou seis anos à testagem a um projeto que reduzisse os impactos do plástico que polui os oceanos. O resultado foi a criação de uma tecnologia capaz de transformar o lixo plástico em combustível e energia sustentável. Pode ser a solução global para o problema que preocupa as autoridades ambientalistas.

Os idealizadores Da WASTX Plastic pretendem, no futuro, trabalhar junto com hotéis e municípios para limpar praias repletas de lixo. Turistas e moradores locais seriam convidados a jogar seus resíduos plásticos em sacos e receberiam em troca uma pequena quantidade de dinheiro.

Com a WASTX a quantidade de lixo plástico diminuiria e o combustível produzido poderia ser utilizado para abastecer navios e geradores, trazendo benefícios para as comunidades.

A empresa responsável pela WASTX Plastic já tem contatos com países como a Austrália, Japão, Estados Unidos, Coreia e Turquia. A pretensão é expandir suas atividades pelo mundo através do processo ”Trashtocach” (lixo por dinheiro).

Além da Biofabrik, existem várias empresas – uma sediada no México que recicla plástico para gasolina, querosene e óleo diesel – também interessa às autoridades mundiais para implementar políticas e leis que transformem empresas verdes em comerciantes primários ou secundários no ciclo comercial mundial.

Considerando que a tecnologia WASTX Plastic permite transformar 1 quilograma de plástico em 1 litro de combustível, o processo se autofinancia e além de benéfico à natureza, é economicamente viável.

Uma equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia, liderada pela engenheira química e ambiental Kandiz Abdul-Aziz criou um método que transforma plástico em fertilizante: ele é misturado com palha de milho e se transforma num tipo de carvão extremamente poroso, ideal para fertilizar o solo.

Como todas as inovações, quando uma delas prospera, logo surgem inúmeras equivalentes que transformarão um problema em solução. Aguardemos o desenrolar de novos procedimentos, auxiliarão a despoluição do meio ambiente, gerarão inúmeros empregos e, no final, todos sairemos no lucro, a natureza e os nossos descendentes agradecerão.

Segundo a Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA, na sigla em inglês), cerca de 25 milhões de toneladas de resíduos são depositadas nos oceanos anualmente. Por isso, qualquer tecnologia capaz de oferecer outro destino ao lixo plástico é mais que benvinda, é URGENTE.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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