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Ricardinho: 'O atraso acabou sendo um álibi'

No dia em que o Brasil viu Thiago Pereira ganhar sua sexta medalha de ouro, vibrou com o primeiro lugar das meninas do handebol e assistiu à dupla Juliana e Larissa brilhar no vôlei de praia, a notícia do dia acabou sendo o corte de Ricardinho da seleção brasileira de vôlei. Eleito o melhor jogador da Liga Mundial 2007, o levantador foi substituído por Bruninho em uma decisão polêmica e noticiada em primeira mão pelo GLOBOESPORTE.COM, na noite deste sábado.

Em entrevista ao “Momento Pan”, do SporTV (assista ao vídeo acima), Ricardinho revelou que há problemas no grupo, embora eles sejam normais. No entanto, acredita que o atraso para se apresentar à seleção no Rio tenha sido apenas a desculpa para o seu afastamento.

– Sempre houve problemas, mas são coisas de família. Sempre tomei decisões de capitão, para lutar e brigar pelo grupo. Cheguei hoje pensando que iria treinar, mas rolou uma reunião que eu não esperava. Ainda pensei que era algo em relação à ida do grupo para a Vila, mas aí falaram que eu estava dispensado. Todo mundo sabe como está a crise aérea no Brasil, então não dá para acreditar que isso seja a razão da minha dispensa. Acabou sendo um álibi.

Para o levantador, seu corte foi premeditado, decidido antes mesmo de a delegação chegar ao Brasil depois da conquista do heptacampeonato mundial.

– A decisão foi tomada em Paris – diz ele, referindo-se à escala que a seleção fez na sua volta da Polônia. – A reunião aqui foi com todo o grupo, e tenho certeza absoluta de que os jogadores não esperavam por isso, de que eles não são favoráveis. Vai ser uma noite de muita dificuldade para engolir tudo isso que aconteceu. Foi uma decisão tomada por toda a comissão técnica, porque cheguei aqui e não havia reserva de hotel, muito menos meu material para o Pan. Os Jogos vão fazer falta na minha carreira, e isso está doendo bastante. É triste não representar o Brasil, porque sei que a medalha de ouro vai sair. A seleção é incrível.

Ricardinho disse que pediu à comissão técnica para se apresentar depois dos outros jogadores, já que perdera seu vôo para passar com a família os dois dias de folga dados a todos os jogadores.

– Todo o país acompanhou os problemas que tivemos da Polônia até o Brasil. Com os vôos atrasados, chegamos seis horas depois do previsto. Acabou que eu perdi meu avião, mas eu nem sei onde tudo começou. Pedi ao José Inácio, preparador físico da seleção, para avisar ao Bernardinho que eu me apresentaria no sábado, e ele disse que tudo bem. Não nos falamos mais, mas se não houvesse nada acertado ele teria me ligado para dizer que não dava, que eu deveria me apresentar antes. Passei um mês longe de casa, mas jogaria o Pan. É a única medalha que eu não tenho, e a competição é na minha casa – lamenta.

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