Vida & Saúde

Rio Grande do Sul define estratégia para controle do ebola

As autoridades sanitárias gaúchas montaram um plano de contenção e estão prontas para atender casos de ebola. As ações envolvem a identificação de casos suspeitos e maior atenção para viajantes que entram pelos portos e aeroportos e que tenham passado pela Guiné, Serra Leoa e Libéria, na África.

“Estamos reforçando a atenção nos pontos de entrada para detectar tanto brasileiros quanto estrangeiros que apresentem sintomas e tenham vindo das áreas afetadas pela doença”, disse a médica sanitarista e responsável pelo plano de contingência na Secretaria Estadual de Saúde, Marilina Bercini.

O Ministério da Saúde enfatiza a importância dos profissionais da rede de atendimento avaliarem tanto a história clínica dos pacientes quanto a passagem pela região afetada para levantarem a hipótese de diagnóstico da doença.

Em casos suspeitos que reúnam sintomas clínicos e estadia recente na Guiné, Serra Leoa ou Libéria, a pessoa é isolada até ser transferida para o Hospital Conceição, em Porto Alegre, que é a referência no Estado, ou diretamente para o hospital de referência nacional no Rio de Janeiro. Apenas as pessoas que entrarem em contato com fluidos corporais do paciente depois do início dos sintomas podem ser contaminadas e serão monitoradas. Em Porto Alegre, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) recebeu recentemente uma ambulância preparada para atender pacientes suspeitos de Ebola.

A partir da identificação de um caso suspeito, toda a rede de vigilância é acionada e entra em ação o protocolo, coordenado pelo Centro de Operações de Emergências em Saúde do Ministério da Saúde.

Contingência
O plano estadual de contingência é baseado no Protocolo de Vigilância e Manejo de casos suspeitos, emitido pelo Ministério da Saúde. Inclui a definição do Hospital Nossa Senhora da Conceição, localizado em Porto Alegre, como um serviço de referência para atendimento de eventuais casos que possam ocorrer no Rio Grande do Sul.

Também prevê as ações necessárias para detecção, isolamento e atendimento de casos suspeitos, com alertas enviados à rede de atenção à saúde pública e privada, aeroportos, zonas de fronteira e o Samu 192.

O ebola é uma doença viral de notificação compulsória imediata, com período de incubação de 1 a 21 dias. É importante ressaltar que a transmissão da doença só ocorre por pacientes que estiverem apresentando sintomas e não acontece por via aérea. Não há risco de contaminação durante o período de incubação, pois a transmissão do vírus ocorre somente após o início dos sintomas, por meio do contato direto com sangue, tecidos ou fluidos corporais de indivíduos infectados ou do contato com superfícies e objetos contaminados.

São considerados casos suspeitos, pessoas provenientes de países atingidos nos últimos 21 dias que apresentem febre súbita e hemorragias. Os casos só serão comprovados através de resultado laboratorial conclusivo, realizado em laboratório de referência e confirmado por duas amostras.

A doença não possui tratamento específico, apenas medidas de suporte à vida, com terapia intensiva para casos graves, controle de infecções, isolamento e uso de equipamentos de proteção por parte dos profissionais de saúde. Não existe vacina contra o ebola. A prevenção é evitar contato com sangue ou secreções de doentes e com o corpo de pessoas que foram a óbito em decorrência da doença.

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