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Rio Grande do Sul se despede e homenageia Nico Fagundes

Nico Fagundes faleceu na noite dessa quarta-feira e está sendo velado no Palácio Piratini - Foto: Eduardo Rocha
Nico Fagundes faleceu na noite dessa quarta-feira e está sendo velado no Palácio Piratini – Foto: Eduardo Rocha

Músicos, artistas, intelectuais, parlamentares, secretários de Estado, parentes, amigos e admiradores prestam suas homenagens póstumas ao historiador, folclorista, antropólogo, músico, advogado e poeta Antônio Augusto Fagundes, o Nico, que faleceu na noite dessa quarta-feira (24), aos 80 anos. O corpo está sendo velado desde às 8h desta quinta (25) no Palácio Piratini. O velório ocorre até as 17h, e o enterro será às 18h no Cemitério João XXIII, em Porto Alegre.

Nico esteve internado por um mês no Hospital Ernesto Dornelles com problemas respiratórios. Tão logo soube da notícia da morte do folclorista, o governador José Ivo Sartori divulgou nota de pesar. “O Rio Grande do Sul perde Nico Fagundes, um grande amigo, que muito contribuiu para a cultura gaúcha e com a preservação das tradições. Nico parte, mas seu legado permanece para a presente e as futuras gerações. Nossos sentimentos aos familiares”, disse Sartori. Ao meio-dia, o governador interrompeu sua agenda de trabalho para participar das cerimônias fúnebres, no salão Negrinho do Pastoreio do Piratini.

O governo do Estado comunicou luto oficial de três dias no Rio Grande do Sul. “A oficialidade já está estabelecida naturalmente, pela vontade popular e decisão dos homens que fazem a cultura, mas o decreto será editado”, explicou o governador. Sartori conversou com familiares, orou junto aos presentes e, depois, lembrou um trecho da canção “Origens”, composta por Nico e Euclides Fagundes Filho: “Eu sei que não vou morrer porque de mim vai ficar o mundo que eu construí, o meu Rio Grande, o meu lar”. Em sua caminhada, afirmou o governador, “Nico valorizou o folclore, a tradição, a cultura, a literatura e a pesquisa gaúcha”.

Para o secretário estadual da Cultura, Victor Hugo, Nico foi um expoente da cultura não apenas tradicionalista gaúcha, mas de muitas civilizações. “Ele é o autor do segundo hino do Rio Grande”, afirmou o ex-governador Germano Rigotto, numa referência à canção “Canto Alegretense”. “Ele foi um ‘baita’ tio, um amigão”, enfatizou, com lágrimas, seu sobrinho e parceiro de trabalho na televisão Neto Fagundes. “O Canto Alegretense era o cordão umbilical com a sua cidade natal”, acrescentou. Segundo o ator Tarcísio Meira Filho, casado com Mocita Fagundes – sobrinha de Nico -, a morte do músico e folclorista foi uma grande perda para a cultura nacional.

Centenas de pessoas compareceram pela manhã ao Palácio. No saguão de entrada, mais de uma dezena de coroas de flores ornamentam o local, oferecidas por inúmeras entidades e admiradores de Nico. Um cortejo da confraria Cavaleiros da Paz, organização fundada em 1980 pelo folclorista, prestou homenagem na rua Duque de Caxias, em frente ao Piratini. “O capital humano que ele deixa para todas as gerações é o testemunho de que alguém pode viver com tranquilidade e serenidade, construindo e propagando aquilo que deve ser a história do nosso Rio Grande”, concluiu Sartori.

Heron Vidal

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