Sensibilidade

Você já parou para observar as pessoas e as coisas que nos rodeiam? As pessoas do seu trabalho, as árvores na rua, o mar, as pessoas que pegam o ônibus com você, o vento, enfim tudo aquilo que nos cerca?

O cotidiano agitado nem sempre nos permite isso, mas em geral as coisas se comunicam no universo. Quando vemos notícias como as desta semana (refiro-me às tristes manchetes a respeito das chuvas no Rio de Janeiro) normalmente chegamos a conclusão de que “o mundo está acabando”. Mas será que antes mesmo o universo já não nos passa mensagens menos drásticas de que algo está errado? Provavelmente sim.

Não sou ambientalista nem vou ficar aqui fazendo demagogia, mas, de fato, quando vemos temperaturas absurdamente quentes, pessoas com sérias doenças decorrentes de poluição, diversas animais morrendo em extinção, entre outros, certamente são indicativos fortes de que estamos tratando mal nossa Gaia. Não precisa ser nada sensitivo para entender essa mensagem.

Mas fugindo um pouco desse assunto pesado e sério, as pessoas, semelhantemente, nos dão fortes indicativos a respeito de suas vontades, desejos, sonhos etc. Como aquela expressão que diz que nossas atitudes gritam mais alto que qualquer palavra proferida ao vento, aqueles que têm sensibilidade conseguem perceber “no ar”.

Normalmente as mulheres e seu sexto sentido são bem superiores nessa atividade e isso, muitas vezes, gera algumas confusões na vida a dois. Enquanto os homens seguem a escola de Tomé, do ver para crer, as mulheres captam sensações, diferentes tons de voz, formas de olhar e, até num toque, elas conseguem perceber se há algo de diferente.

Por isso que para descobrir uma traição um homem tem que contratar um detetive, ou ser avisado, ou ainda ver com seus próprios olhos. Já a mulher, na maior parte das vezes, percebe isso no ar. Ela vai dando corda e quando o homem vê já está quase pulando da forca.

Agora bom seria se tivéssemos essa sensibilidade ou o tal sexto sentido feminino na hora de investir e comprar ações. É verdade que os indicadores nos dão um norte, mas ainda assim as decisões de investimentos são permeadas e mensuradas em função do risco e retorno que estas fornecem ao investidor.

Conforme comentamos nesta coluna em outra semana, a Bolsa dava indicativos fortes de que buscava romper a “faixa de gaza” que foi aqui personificada nos 70 mil pontos. De fato rompeu e, esta semana, manteve essa trajetória ascendente, ainda que em menor intensidade. Encerramos com valorização de +0,39% cotado aos 71.417 pontos.

Basicamente o que explica o desempenho dessa semana foram as ações do setor financeiro e a continuidade de alta do setor siderúrgico.

E agora? Pra onde ela vai? Bom, não sou mulher, mas a percepção é de que nosso próximo desafio é o último pico de valorização do Ibovespa. Lá nos longínquos 29 de maio de 2008 (antes da crise que abateu os mercados) alcançamos aquela que foi a maior marca do índice até hoje: os 73.920 pontos durante aquele dia. Então ainda temos um curto espaço até esse novo desafio.

Os indicadores de mercado externo parecem calmos e não capazes de prejudicar esse bom momento de curto prazo; internamente nossa economia continua dando bons sinais de atividade; é interessante notar ainda que alguns setores da bolsa acabaram “ficando para trás” na alta dessas últimas duas semanas.

Em função disso, dá sim para acreditar que vamos alcançar esse novo desafio. Romper esta marca são “outros 500”.

Quando chegarmos lá é bom ficarmos atentos para os sinais que o mercado nos dará.

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