SODOMA & GOMORRA NO ESPAÇO SB
Capítulo XXIV Da Série As Crônicas de Aleph
Parte II
Vexado, saí à procura de Sidy, não sem esbarrar e tropeçar nos convivas estirados sobre os carpetes que “viajavam” sob o efeito dos alucinógenos. — “Sidy! — berrei — Sidy, onde você está? Sidy…”. Como se a voz fosse emitida através de um imenso megafone, Sidy atendeu ao meu apelo, — “Aqui, cara! Aqui dentro!”. Desnorteado, eu quis saber — “Aqui, onde?”. — “Aqui, na Bolha!”. — Custei a crer no que estava vislumbrando. Sidy instalara um tubo cilíndrico de acrílico, com dois metros de altura e de aproximadamente cinco a seis de comprimento, repleto de espuma. A geringonça lembrava uma máquina de lavar roupas. Acenando, ambos os braços erguidos, ele provocou, — “Aproveita!Entra! A Cuki” também está aqui, lembras-se dela?”. Ante meu silêncio ele mesmo completou, — “É claro! Jamais poderias esquecê-la, não é mesmo?…”.
Percorri toda a extensão do tubo e não encontrei S., tampouco “Cuqui”, sua irmã…”.
Aleph concluiu o relato. Estava ofegante, o olhar em desvario ao jurar, — “Não quero, nunca mais, procurar o doido do Sidy., sequer para cuidar dos meus cabelos! Foi muita loucura, cara! Foi louco demais!”.— Sacudi-lhe os ombros tentanto fazê-lo voltar à realidade, — “Aleph, Aleph! — tentei lhe acalmar. —Tem certeza de que tudo o que me contou é a realidade?”. Indignado, ele rebateu com rispidez, — “Estás achando que o louco nessa história toda agora sou eu?”. — Tentei amenizar o momento que se mostrava tenso, — “Não diria isso, mas…”. — “Mas, o quê, cara?” — ele se mostrava ainda alterado. Por essa razão foi com extremo embaraço que o adverti, — “Sidy está morto há três anos! Foi assassinado por um michê que ele levara para dentro de sua própria casa…”.
Aleph livrou-se dos meus braços, o olhar ainda atônito. Para meu espanto, antes de virar-se e seguir para o ponto de táxi, sacudiu com violência a gola da camisa, espanando os tufos dos cabelos recentemente aparados…