Dom Jaime Pedro Kohl

Quem não gosta de ser convidado?Bom seria poder conseguir responder sempre de modo positivo. Todo convite precisa ser refletido e discernido para verde onde vem e se é para o nosso bem e o bem dos outros.Dependendo de quem convida nos sentimos honrados. Se vem de um amigo ou autoridade que estimamos nos alegramos. Se vem de Deus, talvez nos assustamos. E se vem da autoridade máxima da Igreja, como reagimos?

Trago aqui o convite que o papa Francisco dirige a todos nós por ocasião da Jornada Mundial Missionária.

O tema do Dial Mundial das Missões deste ano: “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos” é um convite a cada um de nós para “assumir o controle” e tornar conhecido o que temos em nosso coração. Essa missão é e sempre foi a identidade da Igreja: “Ela existe para evangelizar”. Nossa vida de fé enfraquece, perde a profecia, o encantamento e a gratidão, caso fiquemos isolados em nós mesmos, fechados em si e em pequenos grupos. Por sua própria natureza, a vida de fé exige crescente abertura, capaz de abraçar e alcançar a todos.

Os primeiros cristãos longe de ceder à tentação de se fecharem a um grupo de elite, sentiram-se inspirados pelo Senhor e Sua oferta de vida nova e saíram para dar testemunho sobre o que tinham visto e ouvido: O Reino de Deus está próximo. Agiram com generosidade, gratidão e nobreza própria daqueles que semeiam e sabem que outros comerão o fruto de sua dedicação e sacrifício. Por isso, gosto de pensar que “mesmo os mais frágeis, limitados e feridos podem ser missionários à sua maneira, porque sempre devemos permitir que o bem seja comunicado, embora coexista com muitas fragilidades”.

No dia Mundial das Missões, lembramos especialmente aqueles que foram capazes de partir, deixar terra e família para que o Evangelho alcance, sem demora e sem medo, lugares e povos onde tantas vidas estejam carentes de bênçãos. Comtemplar o seu testemunho missionário nos anima a ser corajosos e persistentes e a orar incessantemente “ao Senhor da messe que envie operários para a sua messe”, porque somos cientes que a vocação para a missão não é algo do passado nem uma recordação romântica de outrora.

 Hoje, Jesus precisa de corações capazes de viver a vocação como uma verdadeira história de amor, impulsionados a sair para as periferias do mundo como mensageiros e instrumentos de compaixão. E essa chamada é feita a todos nós de diferentes formas… Viver a missão é aventurar-se no cultivo dos mesmos sentimentos de Cristo e, com Ele, acreditar que a pessoa ao meu lado é também meu irmão, minha irmã. Que o seu amor compassivo desperte os nossos corações e torne, a todos nós, discípulos missionários.

Lembremos que somos todos convidados a ser missionários.Um dos modos de mostrar nosso compromisso com a missão é participar da Coleta Missionária que neste final de semana é realizada em todas as comunidades católicas no mundo inteiro.

Para refletir: Posso dizer que sou um cristão com sensibilidade missionária? Onde isso aparece? Rezo alguma vez pelos missionários? Participo das iniciativas em favor das Missões? Consigo reconhecer cada pessoa do mundo um meu irmão, uma minha irmã?

Textos Bíblicos: Jr 31, 7-9; Heb 5, 1-6; Mc 10, 46-52; Sl 125(126).

Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osório

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