Vamos repetir o lastimável episódio ocorrido em São Paulo?

Dona Yeda “regulamentou” a greve dos servidores públicos mediante decreto seu. Tal consta de nossa Carta Política desde 1988, mas a exemplo do limite da taxa de juro, até hoje não foi regulamentado por Lei Federal. Dona Yeda quer ser e está sendo mais realista que o rei. Faz bem pouco tempo, depois que se tornou público que seus principais assessores eram pagos por empresas particulares (complemento salarial), o que para mim é um escândalo sem precedentes, pois a ninguém é lícito servir a dois senhores ao mesmo tempo, foi agraciada pela Assembléia Legislativa com uma correção salarial, assim como seus assessores, na casa dos 150%.

E ela sem o menor constrangimento sancionou referida lei. Tudo bem, pois tal lei é absolutamente constitucional, já que consta da CF, o que é repetido na Constituição Estadual que garante a todos os servidores públicos a reposição anual das perdas decorrentes da inflação.

Essa reposição concedida para nossa governadora e seus assessores foi decorrente das perdas nos últimos12 anos.

Já os servidores de carreira, aqueles que se submeteram a concurso, logo não apadrinhados, continuam com essa perda brutal em seus contracheques e por esta razão a anunciada greve.

Reconheço que eventualmente ente os apadrinhados há os competentes, mas, via de regra, não passam de “aspones”.

Oportuno recordar que logo no início do atual governo, num programa da TV Pampa gerado a partir de Atlântida, o Deputado Kalil Sehbe disse, de forma bem clara, que se o objetivo era conter despesas que fossem cortados todos os Cargos em Comissão o que acarretaria uma economia anual de R$ 440,0 milhões.

O problema a ser enfrentado com os “trabalhadores em educação” será impossível de solucionar, pois se lhes for cortado o ponto e obviamente o salário durante a greve, dizem que não irão recuperar as aulas perdidas. E como o problema será contornado pelo governo Yeda não sei. Sei sim que será enorme.

Por falar em recuperação de aulas, lembro que logo depois que minha mãe faleceu decidimos viver no litoral e fixamos residência em Tramandaí.

Logo depois de uma greve, o Guilherme, nosso filho do meio, hoje no Oriente Eterno, após almoçar disse: vou ao meu quarto vestir um calção de banho. Como não havia compreendido, pedi a ele que me explicasse e ele disse que naquela tarde começaria a “recuperação” das aulas não dadas em função da greve. Então disse a ele que não estava entendendo e ele explicou que a professora iria levá-los para uma atividade na praia.

Com o maldito plano de carreira inventado pelos gorilas durante a ditadura o ensino público passou a sofrer um declínio assustador. Hoje o estado faz de conta que paga salários e os professores fazem de conta que ministram aulas.

Vivemos neste país uma brutal crise ética. E não é de hoje, pois já faz muitos anos que soube de um fato ocorrido na área da saúde, onde o governo faz de conta que paga o justo e os prestadores fazem de conta que prestam o serviço que deveriam prestar.

Soube que certo dia conversavam várias pessoas, dentre as quais um conhecido médico que fora Delegado do Ministério da Saúde em nosso estado e ele contara que em uma conta de cirurgia de hemorróidas haviam inserido um parafuso ortopédico (na conta e não no ânus do paciente, bem entendido).

O ex-boleiro, Jorge Carpes (conhecido como Cássia) e hoje deputado estadual apresentou na Assembléia um projeto pretendendo proibir manifestações de qualquer natureza em locais próximos ao Palácio Piratini e Assembléia Legislativa.

Se tal prosperar, será o primeiro passo para que tenhamos aqui o que ocorreu em São Paulo em que o brigadianos, de forma covarde, abriram fogo contra manifestantes da Polícia Judiciária.

Tal me preocupa ainda mais por que há oficiais da BM pensando que são Autoridade Policial, solicitando aos magistrados a emissão de Mandados de Busca e Apreensão, o que lhes deve ser negado, pois é demasiado claro que a Autoridade Policial é o Delegado de Polícia, sendo os demais servidores da área de segurança agentes daquela autoridade, incluindo-se os brigadianos do soldado ao coronel. Semana passada foi veiculado por ZH que um determinado major havia declarado não aceitar tal.

Lembro que certa feita o Coronel Mariath, então Secretário de Segurança mandou colocar um Coronel da brigada no seu devido lugar depois de o mesmo haver declarado à imprensa que qualquer Sargento era mais qualificado que qualquer Escrivão de Polícia à elaboração de um Inquérito Policial.

Ocorre que o Coronel Mariath era o Coronel Mariath e este General que aí está é tão somente o Secretário “ghost” de dona Yeda.

As coisas estão tomando um rumo muito ruim e avisto no horizonte sombras preocupantes.

Ou dona Yeda toma uma atitude que somente a ela cabe ou teremos logo ali adiante problemas de dificílima solução. Ou como diz o pessoal do www.novacorja.org , dona Yeda acaba virando Yoda.

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