Vice de Chávez pede “mão-dura” contra possível plano de atentado
“Depois não venham chorando (dizendo) que são presos políticos. Mão-dura contra a conspiração da direita, mão-dura de todo o povo, do governo, de todos os poderes”, disse Maduro, durante manifestação de apoio à Chávez, no bairro 23 de Janeiro, em Caracas, de maioria chavista.
A reação de Maduro refere-se a um suposto plano de atentado da “ultra-direita” contra ele e Cabello – os dois principais dirigentes da “revolução” na ausência de Chávez. O líder venezuelano permanece internado em Havana, capital cubana, após cirurgia para a retirada de um tumor na região pélvica.
De acordo com o governo, em comunicação que foi interceptada, o grupo que seria responsável pelo atentado disse que “é preciso tirar [do caminho o autobusero [motorista de ônibus] Maduro e o tenentezinho [Cabello]”.
Maduro, ex-dirigente sindical do sistema de metrô de Caracas, Cabello, tenente, representante da ala militar, e o ministro de Energia e Petróleo Rafael Ramirez são vistos como os homens do “triunvirato” que podem governar o país caso Chávez tenha que se afastar definitivamente do poder.
“Estamos denunciando porque há indícios de peso [para chegar a essa conclusão]. Não se surpreendam com as ações a serem tomadas nas próximas horas e nos próximo dias”, afirmou Maduro.
O anúncio foi minimizado pelo governador do estado de Miranda e ex-candidato presidencial Henrique Capriles. Ele disse que “atentados ocorrem todos os dias” contra “mais de 50 venezuelanos que perdem a vida”, em referência a um suposto índice de mortes violentas que ocorrem no país.
Minutos antes das declarações de Maduro, o ex-vice-presidente José Vicente Rangel leu, durante a manifestação, um documento atribuído à ala radical da oposição, no qual políticos convocam os militares a “restituir a Constituição e liberar-se da tutela cubana”, em referência à suposta intervenção de Havana nas decisões políticos tomadas por Caracas.