Educação

Voluntariado se aprende… Na escola!

voluntariado2Um projeto desenvolvido no IFRS – Campus Osório no segundo semestre de 2015 está transformando vidas, tanto de quem o realiza quanto de quem é beneficiado. É o “Trabalho Voluntário como estratégia para o desenvolvimento de competências e a formação de vínculos”, onde estudantes realizam ações sociais que possibilitam uma participação mais ativa e responsável na sociedade. “Com autonomia e criatividade, eles aplicam e adquirem conhecimentos e habilidades que são reconhecidas e valorizadas pelo mercado de trabalho. Além disso, reforça o vínculo do IFRS – Campus Osório com a comunidade” – conta a coordenadora do projeto, professora Cátia Gemelli.

Foram realizadas dez ações voltadas ao trabalho voluntário. De encenação de peça teatral para crianças de escolas de educação infantil da rede municipal a baile folclórico de Semana Farroupilha com idosos do Lar Cantinho do Céu. Também teve uma tarde inteira em outubro dedicada às crianças da Aldeia Sol Nascente – Mbya Guarani, localizada na Estrada do Mar, com muitas pinturas, brincadeiras e doação de brinquedos.

E na quarta-feira, dia 23 de dezembro, estudantes e servidores voltaram ao lar para atender aos pedidos de promover um bingo. A atividade marcou o encarramento do projeto. Com a proximidade do Natal, foi uma oportunidade de acolher com muito amor, carinho e diversão os vovôs e as vovós da casa.

O grupo de alunos e servidores foi recepcionado pela moradora do lar Leonira Koethez, de 81 anos. Minutos antes de iniciar o bingo, a empolgação tomava conta da ‘Vó Landa’. Dona Orlandina de Paula, de 80 anos, chamava os outros idosos para participar da brincadeira.

Quando foi sorteado o número inicial, a sala já estava repleta de jogadores, num total de 16 idosos envolvidos. A primeira cartela a ser totalmente preenchida foi Marta Pires, de 80 anos. Ao receber seu brinde comemorou: “Foi a primeira vez que ganhei no bingo!”. Seguiram-se vários vencedores. Mas entre eles, o grande destaque foi a jogadora Úrsula Deutsch, pela sua concentração e agilidade ao marcar os números. Quando questionada por sua habilidade, respondeu: – Fui criada no bingo. Gosto muito de jogos!

Para Gabrielle Lemos, bolsista do projeto, a experiência foi a prova de que sempre é possível ajudar. “Vi que ações simples, muito fáceis de serem realizadas, fazem toda a diferença para quem as recebe. Pude conhecer de perto a realidade de quem precisa da gente, e me aproximar dessas pessoas” – conta. De todas as atividades desenvolvidas, a estudante indica como a mais especial a visita à aldeia: “As crianças foram super receptivas. Estávamos com alguns receios quanto à comunicação, pela barreira da língua, mas elas nos acolheram, ao invés de nós as acolhermos! E a cultura de família deles foi o que mais nos apaixonou. Estimulamos cada criança a escolher um brinquedo, mas no fim o brinquedo era de todos, sem nenhum individualismo!”.

Preparação para o voluntariado

Muitas são as responsabilidades assumidas por quem atua como voluntário, principalmente porque são criadas muitas expectativa por parte das pessoas atendidas. Para desempenharem seu papel com responsabilidade, os estudantes selecionados para colaborar com o projeto participaram de encontros de sensibilização, onde foram preparados para a atuação em campo. Aprenderam a realizar pinturinhas de rosto, a coordenar brincadeiras, e até ensaiaram uma peça de teatro infantil.

Uma pesquisa sinalizou os públicos que seriam atendidos prioritariamente, expressando a vontade de que fossem realizadas ações dirigidas aos animais, às crianças e aos idosos. “Os alunos destacaram que, junto com a vontade de ser voluntário, havia o desconhecimento de onde ou como poderiam atuar. A partir disso, realizamos um levantamento das instituições que apresentavam uma carência de trabalho voluntário, visitamos os locais e partimos para o planejamento conjunto das ações” – conta Cátia.

Juliana Meregalli, administradora do Lar Cantinho do Céu, reforça a necessidade de que o trabalho seja contínuo e definido com base em um projeto, tal como fez o IFRS: “Os encontros são muito importantes, mas criam muitas expectativas. Por isso tudo precisa ser pensado!”.

Reconhecimentos

De autoria de Gabrielle de Jesus Lemos, Bruna Grassi Vitcoski, Isabelle de Jesus Lemos, Júlia da Rosa Dalpiás e Catia Eli Gemelli, o projeto foi premiado em dois eventos científicos do IFRS: na 16ª Mostra de Pesquisa, Ensino e Extensão do Campus Porto Alegre e na 5ª Mostra de Ensino, Extensão e Pesquisa (Moexp) do Campus Osório, ambos realizado no mês de setembro.

> Curta a página do projeto no Facebook (https://www.facebook.com/voluntariadoifrsosorio) que contém muitas fotos das ações realizadas.

Gabriela Morel

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