A governadora Yeda Crusius classificou como um estímulo ao Rio Grande do Sul o choque de gestão implantando em Minas Gerais pelo governador Aécio Neves, que falou sobre o tema nesta quarta-feira (12), em Porto Alegre, durante reunião-almoço na Federasul.
“Choque de gestão é o nome dado a um conjunto de medidas para sanear o uso do dinheiro público e fazer política de educação, saúde, infra-estrutura e tudo o mais. O Rio Grande do Sul é diferente de Minas, pois aqui algumas medidas são negociadas de forma diferente. Mas é impressionante a semelhança nos números e o método é muito parecido”, afirmou a governadora.
O modelo de gestão pública introduzido em Minas Gerais, a partir de 2003, possibilitou ao estado sair de um déficit fiscal de R$ 2,5 bilhões para um patamar de investimentos com recursos próprios de R$ 9 bilhões em 2008. Entre as ações deflagradas, destacam-se as medidas de enxugamento da máquina, com cortes de 30% nas despesas de custeio, o aumento no rigor fiscal, de qualificação da equipe de governo, além do estabelecimento de metas e da criação de plano de carreira para os servidores públicos, que fez o comprometimento da receita corrente líquida com a folha de pessoal passar de 75% em 2003 para 59% em 2007.
Conforme a governadora, Minas Gerais dispõe da lei delegada, por exemplo, permitindo ao poder Executivo fazer leis durante o recesso do Legislativo, o que mostra uma diferença de cultura. “Por Minas, todos se unem. Não há a radicalidade que temos aqui, quando quem ganha é a situação e quem perde é oposição radical. Mas nós valorizamos essa diferença, pois se as ações dão mais trabalho, os resultados podem ser melhores e maiores”, observou Yeda
Crusius. “Estamos aplicando sim um choque de gestão no Rio Grande do Sul, respeitando a realidade do estado, e é isso que vai nos permitir zerar o déficit em três anos. Aécio Neves recebeu um estado em moratória, completamente diferente do nosso caso, com endividamento muito maior e uma arrecadação deficiente. Assim, aumentar a arrecadação em Minas foi muito fácil do aqui, um estado que é mais responsável, onde o nível de sonegação é bem menor. Como ele recebeu um estado em ruptura, pôde auferir resultados bem mais rápidos”, resumiu a governadora.
Aécio Neves enfatizou que a governadora Yeda Crusius está na direção correta para promover o desenvolvimento sólido e sustentável do Rio Grande do Sul. “Cada estado tem suas características, não há uma receita única, e eu tenho muito que aprender com o Rio Grande do Sul. Mas posso dar meu testemunho de que se a governadora tivesse mais compreensão e espaço para trabalhar, com apoio da sociedade em geral, do setor privado, e com generosidade política, acredito que em pouco tempo o Rio Grande do Sul dará um grande salto, tornando-se um exemplo de gestão como Minas Gerais”, concluiu o governador.
