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Chuva irregular beneficia apenas lavouras do Leste, Nordeste e Norte do Estado

O Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado nesta quinta-feira (19/01), destaca que as precipitações da última semana atingiram de forma irregular o Rio Grande do Sul, amenizando o impacto negativo da estiagem nas lavouras de grãos do Leste, Nordeste e Norte, mas sem beneficiar de forma significativa a Campanha, Fronteira Oeste, Centro e Sul. As chuvas alcançaram volumes expressivos nas regiões Metropolitana, Serra do Nordeste e Litoral Norte, e chegaram com intensidade média em Passo Fundo, Lagoa Vermelha e Iraí, atingiram entre 70 e 80 mm. Na Região Central, os volumes registrados foram baixos, com apenas 22 mm em Santa Maria. Na Campanha, Missões, Fronteira Oeste e Sul praticamente não houve registro de chuvas.

De acordo com o estudo, nos municípios onde foram registradas precipitações, os cultivares mais tardios de soja devem retomar o crescimento até a floração, o que levará as plantas a entrarem nesse estágio com porte mais adequado. Essa situação ainda é possível para 49% das lavouras que se encontram em desenvolvimento vegetativo, e dependerá da incidência de chuvas nos próximos dias e semanas.

Já para a parcela de 43% das lavouras que se encontra em adiantado estágio de floração, e para os 8% em formação dos grãos, as preocupações são maiores pelo porte extremamente pequeno das plantas, principalmente em cultivares muito precoces, o que comprometerá bastante a produtividade final. Nos solos mais declivosos e/ou rasos, há quantidades significativas de lavouras com amarelecimento e morte de plantas nas reboleiras, as áreas definidas dentro de uma mesma lavoura, assim como as lavouras implantadas recentemente, que não tiveram oportunidade de enraizamento, estão ficando “falhadas” pela morte de plantas. Essa situação também começa a ser notada em regiões onde, até então, os prejuízos não eram muito significativos, como Campanha (Regional Bagé) e Sul (Regional Pelotas).

Feijão
As precipitações da última semana foram benéficas também para algumas regiões produtoras de feijão, especialmente as áreas onde as plantas ainda se encontram nas fases de floração e enchimento de grãos, as mais sensíveis em relação à necessidade hídrica e definidoras do potencial produtivo da lavoura. Mesmo assim, as perdas já se apresentam severas em determinadas regiões e com tendência de aumento. As áreas entre os vales do Taquari e do Rio Pardo, Regiões Central e Jacuí Alto são, até o momento, as mais prejudicadas, com potencial produtivo reduzido a pouco mais de dez sacos por hectare. Entretanto, em algumas regiões, o potencial ainda é muito alto, mantendo e até superando previsões anteriores, como nas Regiões dos Campos de Cima da Serra e Celeiro.

MIlho
Já a cultura do milho também está “gravemente comprometida na maioria das regiões”, de acordo com o levantamento da Emater/RS-Ascar. Como a maior parte das lavouras encontra-se em fase de enchimento dos grãos (30%) e floração (20%), tendo ainda 20% em desenvolvimento vegetativo, consolida-se o quadro de perdas, o que aumenta progressivamente as solicitações de seguro agrícola.

Arroz
O quadro é mais ameno em relação ao arroz, que apesar de alguns problemas pontuais relacionados à falta de água para uma irrigação adequada, evolui, na maioria dos casos, de forma satisfatória. Os problemas são mais visíveis em lavouras da Campanha, Fronteira Oeste e parte da Região Central, onde a vazão de alguns rios e arroios que servem como fonte de captação de água tem diminuído de forma drástica nos últimos dias devido à intensificação da estiagem.

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