Comitê orienta e alerta profissionais da beleza sobre risco de hepatites
Um dos grupos que o Programa Estadual de Combate às Hepatites desenvolve ações é formado pelos profissionais da beleza – como barbeiros, manicures, pedicures, podólogos e tatuadores. Em maio, instituído pela governadora Yeda Crusius como Mês de Combate às Hepatites, o Governo do Estado distribuiu materiais alertando sobre a doença. “As hepatites virais ocupam espaço grande dentro da infectologia, destacando-se como um dos problemas mais sérios no mundo. O grupo trabalha com instrumentos que possibilitam o contágio e, portanto, informação é fundamental para que se previnam”, disse Tarsila Crusius, responsável pela implementação do Programa Estadual de Combate às Hepatites.
Em 18 de maio, no Dia Internacional das Hepatites, está prevista distribuição de kits com material próprio para profissionais que lidam com a beleza. Segundo Tarsila, muitos portadores não sabem que têm a doença, o que os transforma em potenciais disseminadores. “Quando se manifesta, muitas vezes tardiamente, o prognóstico se torna menos favorável. Por isso, trabalhamos forte na informação e na prevenção, oferecendo tratamento adequado aos portadores, por meio dos Centros de Aplicação e Monitoração de Medicamentos Injetáveis (Cammi), cujo papel é fundamental”, completou.
A meta é instalar um Cammi em cada macrorregião do Estado. Atualmente, seis centros operam integralmente no RS – dois em Porto Alegre, e os demais em Pelotas, Passo Fundo, Rio Grande, Caxias do Sul e Uruguaiana. Estão em fase de negociação os centros em Ijuí, Santa Cruz e Santa Maria.
Os vírus causadores das hepatites são designados pelas letras A, B, C, D e E. Todos infectam as células do fígado, mas são diferentes na forma de transmissão e nas consequências clínicas. O grupo do vírus B, C e D são transmitidos por meio parenteral, relação sexual, compartilhamento de objetos contaminados com sangue (agulhas, seringas, lâminas de barbear, escova de dente, alicates de manicure), utensílios para colocação de piercing ou tatuagens e instrumentos para uso de drogas injetáveis ou inaláveis. Há risco de transmissão por procedimentos cirúrgicos e odontológicos, acidentes pérfuro-cortantes e hemodiálise.
Segundo o presidente do Sindicato dos Salões de Barbeiros, Cabelereiros e Similares no RS, Marcelo Chioto, “tudo o que significa segurança no nosso segmento é bem-vindo”. Para o presidente da Associação dos Transplantados de Fígado, Jorge Luiz Kramer Borges, o comitê, único no Brasil, é de suma importância, principalmente no combate à hepatite C. “A iniciativa do Governo abriu novos horizontes aos portadores”, enfatizou.