Tramandaí: Após duas horas de duração, o interrogatório de Bruna Nathiele Porto da Rosa, 26 anos, acusada pelo assassinato do menino Miguel dos Santos Rodrigues, sete anos, chegou ao fim.
A ré optou por não responder às perguntas da defesa de Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, 28 anos, mãe de Miguel. A versão da madrasta é oposta à apresentada pela mãe, e o depoimento começou às 20h38min.
Enquanto Yasmin alegou ter sido uma boa mãe até o relacionamento com Bruna, que teria mudado sua relação com o filho, a madrasta descreveu a então namorada como agressiva e torturadora desde o início.
Bruna admitiu ter torturado Miguel psicologicamente, ter gravado vídeos ameaçando a criança e ter ajudado a levar o corpo do garoto até o rio, mas negou ter participação direta no assassinato.
“Ele foi espancado, foi torturado pela Yasmin. Eu torturei ele psicologicamente. Eu nunca bati nele. Matar, eu não matei. Só, literalmente, fui com ela. Ela colocou o corpo de uma mala e jogou no rio. Eu acompanhei no trajeto”, contou.
Sobre os abusos, Bruna afirmou que Yasmin espancava o filho e chegou a torturá-lo de diversas formas, inclusive obrigando-o a fazer as necessidades dentro de um armário e restringindo sua alimentação.
Bruna também relatou sobre como foram os últimos dias de vida de Miguel.
“Uns dois dias antes, ele começou a gritar dentro do guarda-roupa e já não estava mais comendo. Depois, ela (Yasmin) cortou a comida dele e ele só gritava como se fosse uma criança desesperada. Ela falou para mim que estava fingindo uma convulsão. Ela se revoltou e colocou uma fita isolante em volta da cabeça dele e começou a bater com a cabeça dele na parede”, recordou.
No dia do crime, Bruna relatou que Yasmin forçou Miguel a tomar medicamentos à força com uma seringa, após ele ter sido espancado.
Ela também afirmou que Yasmin foi quem decidiu se desfazer do corpo, colocando-o dentro de uma mala e o levando até o rio.
Nesta quinta-feira (05), o julgamento prossegue. Acompanhe neste link.
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