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Estréia da Coluna “Do outro lado da Colina”

DO OUTRO LADO DA COLINA

Novamente convidado pelo Litoralmania para voltar a escrever uma coluna no site. Resolvi aceitar, mas com a diferença de não me ater a um assunto específico como no caso da antiga coluna que era, ao menos no nome, voltada ao público gremista. Na verdade eu já tinha por hábito fugir às vezes do assunto futebol, então acho que não será problema.

Bom, eu precisava de um nome para a nova coluna. Um nome que indicasse a visão de quem olha o acontecimento ou fato histórico com outro olhar, com uma visão crítica e menos apaixonada. Alguém que está do outro lado da informação, do outro lado da crítica, alguém que está DO OUTRO LADO DA COLINA. Mas não pensem que o nome é original.

Não é, e achei que não fosse necessário originalidade. “No outro lado da colina” é título de livro. E de um dos melhores dos muitos que já li. É do historiador militar inglês Liddel Hart. O homem que viu a guerra de um lado da colina e escreveu sobre o que estava do outro, em uma análise imparcial dos acontecimentos. Por isso achei o título da minha coluna ideal. Por que quero escrever não sobre o olhar da propaganda ou da mídia, mas da crítica e do homem preocupado com a análise imparcial do acontecimento seja ele esportivo, cultural, político, ou histórico.

NACIONALIDADE ALEMÃ

É significativo o número de e-mails que recebo de pessoas procurando informações sobre como obter a cidadania alemã. Há uma onda crescente de descendentes de alemães no litoral procurando suas raízes. Existe aqui duas linhas de pesquisa: os que querem conhecer seus ancestrais pelo regate histórico e cultural, e os que tem por finalidade emigrar do Brasil procurando uma vida melhor fora daqui usando a conquista da cidadania estrangeira como uma forma mais fácil de entrada no país europeu e as facilidades que decorrem desse fato.

Só que, por desconhecimento e ignorância dos fatos, a maioria acredita que conseguir a cidadania alemã é como ir ao mercado da esquina comprar pão. Grande engano! Os alemães litorâneos, em sua maioria – cerca de talvez 90%, tem sua origens ligadas as primeira levas de alemães vindas ao RGS. O litoral recebeu seu primeiro grupo em 1826, ou seja 182 anos atrás. Eram imigrantes vindos de vários pequenos estados semi-independentes no coração da Europa e que só em 1871 se constituiria no que conhecemos hoje por Alemanha. Assim sendo esses primeiros imigrantes eram hessenianos, palatinos, turíngios, bávaros entre outros. Assim sendo a Alemanha não os reconhece como “alemães”, não podendo emitir uma certidão de cidadania.

Há poucos no litoral que tem o avô ou bisavô vindos de uma Alemanha já unificada. Esses podem mais facilmente conseguir a cidadania. Aos outros sobra a busca pelo intercâmbio cultural e acadêmico que pode por outros meios, mais tarde, facilitar uma naturalização no país dos seus ancestrais. E OS ITALIANOS O caso dos italianos é diferente. A maioria dos italianos veio após a unificação da península italiana, em um período mais recente. Assim sendo há um número muito maior de descendentes de italianos obtendo o passaporte italiano.

NOITE DE REIS

Um dos grandes acontecimentos culturais do município nesse inicio de ano foi a publicação, na verdade uma reedição, do livro “Noite de Reis” do intendente Manoel Estevão Fernandes Bastos (1885-1938). A primeira edição havia sido lançada por Bastos em 1935 no auge do período Borgista e pouco depois da sua última gestão.

Escrito como “narrativa histórica” é na verdade uma mistura de personagens e fatos históricos com a visão política do autor, já que o romance se passa no período da Revolução Federalista (1893-1895), da qual saiu vencedor o partido de Fernandes Bastos. De qualquer maneira ha de se ressaltar a importância da reedição pelo simples fato de que a obra, há muito esgotada, é um patrimônio cultural não só de Osório mas de todo o litoral.

Essa edição foi realizada pela AEC – Associação de Estudos Culturais em parceria com a Prefeitura Municipal de Osório.

GRÊMIO

Ninguém entendeu a demissão de Wagner Mancini, mas o presidente foi claro: “o time estava muito faceiro”. Concordo, fosse contra o São Paulo, o Cruzeiro. Mas jogar com o Grêmio Jaciara, ou times do Gauchão, na defensiva não é possível Odone. E trazer Roth novamente é piada. O Grêmio de hoje é candidato ao rebaixamento no Brasileiro.

URSO DE OURO

O filme brasileiro “Tropa de Elite” foi premiado com o Urso de Ouro no Festival de Berlim. Realmente dos filmes brasileiros foi o melhor que assisti. Uma pena é que o filme mostra ao mundo uma sociedade que nós não queríamos que fosse a nossa realidade. E não falo apenas do Rio de Janeiro, cidades pequenas do interior já vivem sob forte influência do tráfico. Certos bairros de Osório, por exemplo, já não podem ser visitados durante a noite.

CURIOSIDADES

Esse ano teremos a realização dos XXIX Jogos Olímpicos. E pela terceira vez os Jogos Olímpicos serão realizados no Extremo Oriente. Antes de Pequim ocorreram jogos em Tóquio (1964) e Seul (1988). A Oceania recebeu duas vezes os jogos, em Melbourne (1956) e Sydney (2000), ambas na Austrália.

A Europa foi o continente que mais recebeu jogos: Foram 14 ao todo (1896, 1900, 1908, 1912, 1920, 1924, 1928, 1936, 1948, 1952, 1960, 1972, 1980 e 1992). Atenas (1896 e 2004), Londres (1908 e 1948), Los Angeles (1932 e 1984) e Paris (1900 e 1924) são as cidades que tiveram a oportunidade de sediar os jogos por duas vezes. Por três vezes os jogos foram cancelados por causa das grandes guerras: Berlim (1916) durante a Primeira Guerra; Helsinque (1940) e Londres (1944), durante a Segunda Guerra. Os jogos nunca foram realizados na América Latina. A honra pode ficar com o Rio de Janeiro. A pergunta que fica é como um país como o Brasil, e uma cidade como o Rio, pode sediar um evento do tamanho de uma Olimpíada? O investimento não poderia ser aplicado em educação e saúde?

A primeira Olimpíada, realizada em Atenas (1896), na Grécia, contou com apenas 311 atletas, todos os homens. As mulheres estrearam 4 anos depois em Paris (1900) com 11 atletas. Cinqüenta anos depois eram 4.099 atletas (homens e mulheres). Mais cinqüenta anos se passaram e o número de atletas chegou a 10.624 atletas.

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