Mortes por armas de fogo no país diminuíram 12% em três anos
O número de mortes causadas por armas de fogo diminuiu 12% no país entre 2003 e 2006. Os dados são da pesquisa Redução do Homicídio no Brasil, realizada pelos ministérios da Saúde e da Justiça. Em 2003, foram registradas 39.325 mortes por armas. No ano passado, esse número caiu para 34.648.
Segundo a coordenadora geral de Informações e Análises Epidemiológicas do Ministério da Saúde, Maria de Fátima Marinho, a principal causa da redução é a implementação do Estatuto do Desarmamento, que obriga o registro de todas as armas do país e proíbe o porte de arma de fogo. Ela também destaca as ações de segurança pública nos estados e a mobilização da sociedade civil como fatores que contribuíram para a queda dos índices.
“O Estatuto do Desarmamento coloca um controle maior sobre o porte e a venda das armas. Como 70% dos homicídios ocorrem por arma de fogo, se controlar a circulação de armas, é possível reduzir os homicídios”, avalia.
De acordo com o estudo, houve queda nos casos de morte nos municípios que receberam recursos da Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça. Onde os recursos não foram investidos, foi registrado um aumento da criminalidade.
“Os municípios que têm projetos de segurança pública e conselhos municipais de segurança pública têm uma tendência de redução de homicídios maior que nos municípios que não têm isso”, explica a coordenadora.
Marinho diz que o impacto alcançado é positivo, mas poderia ser maior. Ela alerta que é preciso dar continuidade às ações que estão sendo realizadas para que o número de homicídios não volte a crescer no país.
“Estamos vivendo um momento interessante, em que conseguimos reduzir os números, mas isso pode passar rápido. Mas não é o caso de desanimar, continuamos na luta para reduzir os homicídios e para uma cultura de paz”, afirma.
A pesquisa revela que 92% das vítimas são homens entre 15 e 39 anos de idade. Entre as causas das mortes, os homicídios ocupam o terceiro lugar, precedidas pelas doenças isquêmicas do coração e as cerebrovasculares.
O estudo mostra que houve queda das mortes por armas de fogo em 16 estados e no Distrito Federal entre 2003 e 2006. As maiores reduções ocorreram em Roraima e em São Paulo. Houve agravamento do número de mortes nos estados do Amazonas, Alagoas, Pará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão, Ceará, Bahia e Sergipe.