O último levante

Com um pouco de atraso, mas não sem tempo, utilizo este espaço para uma reflexão, ainda que menor, sobre a os fatos do distante agosto de 61, ocorridos no Brasil e que determinaram o último levante do Rio Grande Sul. Naquela oportunidade a consciência do Rio Grande, tendo a frente a figura luminar de seu último político o Governador Leonel Brizola, manifestou-se  como já o tinha feito em outras épocas, e produziu os resultados adequados à sua coragem, ao seu brio e à sua cultura, o que lhe confere um Patriotismo singular e uma posição de destaque diante dos seus irmãos brasileiros e dos povos do mundo.

A chamada Legalidade tinha todos os ingredientes que lhe conferem a condição de REVOLTA, no humilde entendimento deste articulista. Tinha o Fato – A quebra do que determinava a Constituição; Tinha a comoção que o fato  motivou .Tinha O Líder que, sensibilizado pela comoção e pelo fato, se rebelou contra o possível resultado e traçou estratégias para resistir.

Tinha a Força  pequena mas que, unida e fiel, lhe garantia as mínimas condições de resistência e, finalmente, tinha o Povo que entendeu a visão com a qual o Líder analisava o fato, a comoção e o resultado. E, meus leitores, com este cenário, com estes argumentos e com este roteiro, o Rio Grande do Sul, tornou-se um bloco monolítico e indissolúvel capaz de consolidar-se, a cada discurso de seu Líder, deixando de temer as conseqüências que o ato coletivo poderia produzir.

Os gaúchos esqueceram-se da sensatez e entregaram-se nas ondas do desconhecido, do incerto, do perigo e da aventura. Os temporais oceânicos que poderiam enfrentar lhe reservariam a dor e a morte se necessário fosse. Mas estavam determinados e aos homens e mulheres determinados não interessam os perigos, as dores e nem a morte quando o objetivo que almejam encontra respaldo na sua história, na sua cultura, na sua consciência de cidadãos que buscam as luzes do bem comum, do direito e da justiça. Nestas condições alteradas, a consciência individual torna-se única, as almas comungam dos mesmos ideais e os corações batem no mesmo ritmo e produzem o mesmo som.

E com esta orquestra singular, tocando, uníssona e harmonica, ou ouvidos de cada homem e cada mulher em cada recanto do Rio Grande, puderam ouvir a sinfonia da brasilidade que, transmitidas pelas ondas da sensibilidade, comoviam cada coração e cada alma incentivando-os mais e mais, para a união em busca do caminho comum. O levante do Rio Grande em agosto de 1961,foi um momento brilhante de nosso povo.Foi um marco na história do Rio Grande, do Brasil e do mundo.Foi a apoteose de um homem que virou lenda.

Foi a vitória da palavra sustentada pelo povo.Acho que foi o maior de nossos fatos pois se a Revolução Farroupilha foi uma guerra de fazendeiros por questões de preço de charque, a Legalidade foi um levante que evitou que se rasgasse a constituição que se pisasse no povo, que se risse de uma esolha feita em eleições livres e universais.

Foi, efetivamente, um feito de proporções indescritiveis que nos honram como homens e como mulheres que acreditam na Democracia. Salve Leonel de Moura Brizola- o último lider do Rio Grande do Sul- Salve Povo do Continente de São Pedro. Salve a Democracia nosso bem maior que desejamos Eterno…

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