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Onde os fracos não tem vez

O mercado financeiro não é para os fracos. Nem para pessoas com problemas de pressão, coração, enxaqueca e outras enfermidades. Motivo de tamanha restrição: a volatilidade. A volatilidade é uma variável que mostra a intensidade e a freqüência das oscilações nos cotações de um ativo financeiro. A pergunta é: quem aguenta? Vejamos os acontecimentos desta semana.

Na segunda-feira, o dia começou com os mercados em alta após a reunião do G-20 terminar com um tom otimista com relação ao fim da crise europeia. No entanto, foi só o porta-voz da chanceler alemã Angela Merkel, Steffen Seibert, dizer que a solução para a crise na zona do euro pode levar mais tempo do que o esperado que o humor dos investidores azedou. Resultado final: quedas no mercado.

E aí chegou a terça-feira e as bolsas foram pressionadas pelo pessimismo antes do encontro de líderes da zona no euro neste final de semana e por causa da advertência da agência Moody's sobre o rating de crédito da França. Além disso, a desaceleração do PIB chinês também pesou negativamente. Mas (sempre tem mas) nos EUA, o índice de sentimento de confiança das construtoras subiu para 18 em outubro, ante 14 em setembro, atingindo o maior nível desde maio de 2010, segundo a Associação Nacional das Construtoras de Imóveis (NAHB,na sigla em inglês). Neste misto de notícias boas e ruins, o resultado final foi altas nas bolsas.

Um dia de baixa, um de alta e o saldo é zero, certo? Certo! Mas continuemos.

Na quarta-feira, os investidores se prenderam à notícia de que o fundo de resgate europeu poderá ser ampliado para 2 trilhões de euros, como reportado pelo jornal britânico The Guardian. Ao mesmo tempo, surgiram matérias dando conta de que as discussões sobre o tamanho do fundo não estão fechadas e que, portanto, não existe um número exato. Neste imbróglio, a instabilidade reinou e os mercados fecharam em queda.

Quinta-feira adentrou e, com dúvidas sobre se a cúpula da União Europeia acontecerá no domingo, o investidor, que estava otimista, perdeu o ânimo depois que um jornal alemão noticiou que a Alemanha não descarta a possibilidade de adiar a reunião. E aí, o Ibovespa não resistiu. O placar ficou desigual: 1 de alta com 3 de queda. E os corações mais fracos pensaram em desistir.

Eis que a sexta-feira chega e aqueles que resistiram, viram a luz, ou melhor, vislumbraram uma União Europeia anunciando um plano de urgência para a derrocada financeira da Grécia: ajudar os demais países em dificuldades e recapitalizar os bancos. E aí, os fortes, os bravos, viram um Ibovespa fechar a semana em alta.

Então, quem aguenta esta volatilidade? Simples, o investidor que estuda e conhece o mercado. Claro, fácil não é e ninguém disse que seria. Mas o investidor com conhecimento, além de saber diversificar seus investimentos, entenderá melhor a volatilidade.

Yordanna Colombo
Área de Análise

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