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Partidos da base discutem alianças para 2010

A dificuldade de repetir nos estados, em 2010, a aliança nacional de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o crescimento de nomes da própria base nas pesquisas eleitorais sobre sucessão presidencial têm levado os partidos da base fora do eixo PT-PMDB a cobrar maior discussão sobre as candidaturas para as próximas eleições.

Este é o caso, por exemplo, do PSB, que vê o nome do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) crescer nas últimas pesquisas de opinião, como a da CNT/Sensus, divulgada ontem (23).

O senador Renato Casagrande (PSB-ES) afirmou hoje (24), à Agência Brasil, que a candidatura própria está consolidada no partido. O PSB, agora, disse ele, terá que conversar com outras legendas para amarrar uma aliança em torno de Ciro Gomes que permita dar ao eventual candidato um espaço maior de propaganda política na televisão e no rádio. A decisão, no entanto, só poderá ser tomada em março e, até lá, o momento é de muita conversa entre prováveis aliados, conforme destacou Casagrande.

O parlamentar também não poupou críticas à forma como está sendo costurada a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. “Essa aliança é só entre o PT e o PMDB”, disse Casagrande. Segundo ele, diante dessa postura, não cabe outra saída ao PSB a não ser partir para uma candidatura própria e deixar para avaliar qualquer aliança no segundo turno.

Aliado histórico do PT, o PCdoB defende a maior união possível em torno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) ressalta que esta “união”, necessariamente, não passa por uma eventual candidatura da ministra Dilma Rousseff, apesar de reconhecer que ela já foi “ungida” por Lula.

O comunista ressaltou que, neste momento, o partido conversa com todos os prováveis candidatos dentro da base governista, como é o caso do deputado Ciro Gomes. “Os nomes estão postos, como a Dilma e o Ciro, e temos que ter sensibilidade sobre isso”, afirmou Inácio Arruda.

No PDT, as dificuldades de compor a aliança nacional em torno de Dilma Rousseff residem nos acordos estaduais, afirmou o líder trabalhista no Senado, Osmar Dias (PR). Ele citou como exemplos os estados como o Rio Grande do Sul, Maranhão e Espírito Santo, além do seu próprio. Pré-candidato ao governo numa aliança com o PT, Osmar Dias disse que só lançará sua candidatura se os petistas lhe garantirem apoio efetivo na campanha, e não apenas formal, para ganhar o tempo na televisão e no rádio reservado ao PDT.

“Já falei sobre isso com a ministra Dilma. Se for só para garantir espaço de propaganda no rádio e na TV, é melhor colocar um carpinteiro como candidato ao governo do Paraná”, disse Osmar Dias. O senador, no entanto, não  vê muitas alternativas para o seu partido senão o apoio à candidatura da ministra.

Já o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), disse que o partido está construindo a mais ampla aliança em torno da candidatura de Dilma e não acredita em debandadas da atual base governista no primeiro turno. “Com o presidente Lula, com 80% de aprovação e dois terços de apoio popular, teremos um tempo de TV que nunca tivemos”, disse o petista.

Mercadante ressaltou que, neste contexto, a participação do presidente Lula nos programas será “um fator decisivo para a vitória e vai alavancar a candidatura de Dilma”. Ele reconheceu que ter dois palanques para a ministra nos estados pode complicar a campanha e, por isso, a iniciativa, agora, é tentar compor ao máximo os problemas estaduais. 

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