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Uma geração singular – Erner Machado

Hoje, aos 75 quase 76 anos digo, com muito orgulho, que pertenço a GERAÇÃO SINGULAR de homens e mulheres que nasceram nos anos 40 ou 50 cinquenta e que agora, são um pouco mais velhos ou um pouco mais novos que eu.

Além de sermos provenientes do século passado, o que nos tornar seculares, temos em comum fatos muito importantes que estão presentes em todos nós, tais como os abaixo enumero, para citar apenas alguns e não tornar o texto enfadonho, por muito longo…

Muitos de nós, por circunstâncias pessoais ou estruturais dos lugares onde morávamos cursamos, somente, até ao primário, outros de nós, conseguiram ,por morarem em cidades com mais recursos, cursar o Ginásio, O Científico ou algum Curso Técnico.

Poucos, muito poucos, de nós chegaram aos bancos universitários.
Todos nós, sem exceção começamos a trabalhar muito cedo. Os que tinha mais posses trabalhavam em casa, os homens ajudando seus pais nos seus ofícios e a mulheres ajudando suas mães nas lidas e afazeres domésticos.

Os que tinham mais necessidades trabalhavam fora, no contra turno do colégio primário- se estivessem estudando- e a remuneração recebida do Patrão pelo trabalho, era entregue , integralmente, à mãe ou ao pai e servia para ajudar nos sustento da casa e dos irmãos menores. Uma coisa era comum a todos nós, com posses, com poucas posses ou sem posses alguma:

A EDUCAÇÃO RECEBIDA EM CASA!

A educação comportamental social, moral, cívica e para enfrentar vida, nossos pais e nossas mães as tinham recebido de seus pais e nos transmitiam, como uma tradição familiar, como um dever de pais para filhos!

Assim que éramos ensinados a nos portar corretamente, perante os nossos amigos e aos amigos de nossos pais, éramos ensinados, a manter um comportamento moral de forma a que nosso nome jamais pudesse ser associado a apropriação de coisa alheia, de invasão de privacidade, de desrespeito ou de ofensas de qualquer natureza.
Éramos ensinados- homens e mulheres – a exercermos a coragem individual e coletiva e defendemo-nos, em igualdade armas e com dignidade, das ofensas pessoas, familiares, ou ao nosso estado e ao nosso país. Ouvir uma ofensa ao Rio Grande do sul, ou ao Brasil e não responder era um crime inominável!

Éramos ensinados, embora com um vocabulário simples e rudimentar a nunca dizermos palavras de baixo calão ou pornográficas e que, por dizê-las pudéssemos ofender terceiros, ou levar a conclusão que não fomos bem educados em casa.

Éramos ensinados a ser respeitados, por respeitar, e a sermos honrados por honrar, com nosso comportamento com nossas atitudes e nossas ações pessoais perante terceiros e perante a comunidade.

À esta geração singular, cabem muito mais elogios e referencias.

Fiz estes poucos, mas suficientes, para justificar a profunda tristeza da qual foi tomada esta geração, por ver e ouvir em vídeo que corre o Brasil e o mundo, o Sr. Luiz Inacio da Silva relatar que, em resposta a Procuradores Federais que lhe visitavam e lhe perguntavam se estava tudo bem, dizia-lhes: Não está tudo bem ! Ficará tudo bem no dia em que F….., como este sujeito chamado Moro.

O Sr. Luiz Inácio da Silva, no entendimento deste peão de estancia, que a esta hora toma, solitário e triste um chimarrão, na beira de um fogo de chão de um Galpão imaginário, cometeu alguns graves deslizes para com o povo do Brasil e para com esta Geração Singular, da qual ele faz parte, por ter 77 anos.

Não, portou-se com a dignidade e nem com a liturgia do cargo e envergonhou os brasileiros e, com certeza, causou perplexidade ou riso de deboche, em algum estrangeiro que, possivelmente, viu o vídeo.

Usou palavreado não apropriado, indecoroso e em desacordo com o palavreado e os termos que são utilizados pela geração a qual pertence.

Deu exemplo, péssimo exemplo, a juventude brasileira a qual se vê incentivada a, impunemente, continuar pichando os muros e paredes dos colégios de segundo grau e universidades federais, de todo o país com palavras, desenhos e frases que instigam e incentivam a pornográfica.

E, finalmente, buscou a reparação pessoal, para as ofensas e injustiças das quais tem certeza que é vítima, na Vingança Privada a qual, nos primórdios da civilização, quando ocorria um crime a reação a ele era imediatamente tomada, por parte da própria vítima, por seus familiares ou por sua tribo.

Comumente esta reação era superior à agressão: não havia qualquer ideia de proporcionalidade.

Hoje o Ente que tem a atribuição de punir uma ofensa de qualquer natureza, é o Estado ,que ao ser provocado pelo ofendido, poderá instaurar o Devido Processo Legal,- tão falado mas pouco utilizado- contra ofensor que, se culpado, recebe a pena na dosimetria correspondente e exata , à falta ou delito cometidos.

Fica-se, então, concluindo , que:

1-O Sr. Luiz Inacio da Silva, não tem a certeza de que suas alegações serão, suficientemente, efetivas e fortes para motivar, o Estado, a processar o seu ofensor , ou

2- O Sr, Luiz Inacio da Silva entente , não por saber da história, mas por alguma razão mediúnica, que a exemplo de Luiz XIV rei da França, esteja convencido de que “ L´estat c´est mói “-( O Estado Sou Eu), – e avoque, única e exclusivamente, para si, o mister e a competência de punir as ofensas e punições sofridas por ações do sr. Sergio Moro.

As hipóteses 1 e 2 levantadas, acima, são possíveis porque fazem parte das atitudes pessoais de seres humanos e , portanto compreensíveis, só não é compreensível, como possível e como realidade, que o sr. Luiz Inacio da Silva, tenha nos seus argumentos, o termo que usou.

O tempo que é senhor da História nunca vai entende-lo e lhe destinará o lugar que lhe é destinado… e a GERAÇÃO SINGULAR, da qual ele faz parte, por idade e não por princípios, nunca o perdoará.

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