Vento muito intenso na altitude dos aviões intensificará o ciclone no RS

© Fernando Frazão/Agência Brasil

Intensa corrente de jato em altos níveis da atmosfera, na altitude em que os aviões comerciais voam, atua sobre o Rio Grande do Sul neste começo de semana, segundo a MetSul.

Imagens de satélites e dados de sondagens por balões atmosféricos mostravam vento de até 270 km/h a 12 mil metros de altitude sobre o estado gaúcho na manhã de segunda-feira.

Por que isso importa? A corrente de jato causa mudanças no vento e na pressão nos níveis da atmosfera em que atua. Isso afeta o que ocorre perto da superfície, como áreas de alta e baixa pressão e, portanto, influi diretamente nas condições do tempo.

A corrente de jato também pode alterar a força de uma área de baixa pressão, o que é por demais relevante nesta semana que terá uma muito profunda sobre o Sul do Brasil e que vai dar origem a um ciclone extratropical de grandes proporções e intenso.

O “jato” age como aspirador de pó, diminuindo a pressão do sistema. Quanto menor a pressão, geralmente mais forte o vento e mais tempestuoso o tempo.

As sondagens da manhã desta segunda-feira mostraram uma forte corrente de jato sobre o Rio Grande do Sul com vento em Porto Alegre de 147 nós ou 272 km/h a 12,3 mil metros de altitude. Já a sondagem de Santa Maria indicou vento de 144 nós ou 267 km/h a 12,5 mil metros.

E, por sua vez, a sondagem de Uruguaiana registrou vento de 141 nós ou 261 km/h a 12 mil metros de altitude.

Apesar da força do vento na altitude em que os aviões comerciais voam, não causam qualquer risco aos usuários.

Com isto, grande parte do Rio Grande do Sul deve ter ventos em superfície entre 60 km/h e 90 km/h com o ciclone desta semana, mas em alguns pontos o vento pode ficar perto e acima de 100 km/h.

A MetSul Meteorologia ainda adverte para o elevado risco de cheias de rios e enchentes no Rio Grande do Sul e Santa Catarina nos próximos dias.

Os volumes de chuva serão suficientes para que os níveis de vários rios subam fortemente e alguns saiam dos seus leitos, produzindo inundações repentinas, enchentes, deslizamentos de terra e quedas de barreiras em rodovias, dentre outras consequências.

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